As mudanças de padrões familiares
afetam diretamente o fenômeno do adiamento da maternidade para idades mais
avançadas. As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho,
possuem diversas técnicas de controle de fertilidade e com isso, conseguem
decidir o melhor momento para tornar-se mãe.
Nas últimas décadas, foram
registradas importantes mudanças socioculturais que influenciaram as
características da natalidade, com diminuição progressiva de suas taxas globais
e o adiamento da gravidez planejada. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 para cá, a gravidez entre 40 e 44 anos
aumentou mais de 17%.
As psicólogas do grupo
terapêutico Núcleo Corujas, Luciana Romano e Raquel Benazzi, afirmam que esse é
um fenômeno irreversível, e que a maturidade pode ser uma das principais
vantagens para a gravidez tardia. “Normalmente, as mães que engravidam nessa
idade, escolhem essa fase devido à estabilidade financeira, profissional,
conjugal e emocional”, explica Luciana.
As mulheres que têm uma
gravidez tardia comumente irão apresentar questionamentos, ansiedades e
preocupações como: terei disposição física para cuidar e brincar com meu bebê?
Conseguirei ter gestação saudável? Serei mãe muito velha? Como associar minhas
medicações à gravidez? Quando falecer meu filho ainda será muito novo? Chegarei
a ter netos? Meu bebê será saudável? Nesses casos, a família deve perceber
quais são suas dificuldades, limitações e procurar ajuda, caso sintam
necessidade, pois isso influenciará diretamente o feto que sente todas as
alegrias e tristezas maternas e de seu núcleo familiar.
É comum encontrarmos histórias
sobre as implicações da saúde da mãe e do bebê em casos de gravidez tardia,
porém os dados da pesquisa apontam que a qualidade da gestação está diretamente
ligada ao estado de saúde da mulher e não à sua idade. É fundamental para a
mulher que deseja engravidar tardiamente se conscientizar das dificuldades
biológicas que enfrentará e, com isso, se preparar para uma vida mais saudável.
O mais importante é sentir-se bem e ter disponibilidade de oferecer amor para
cuidar e educar.
As especialistas apontam ainda
que outro fator interfere e muito na decisão da mulher em optar pela gravidez
após os 40 anos, a pressão familiar. “Sofrer pressão da família e sociedade é
muito comum, pois historicamente as mulheres tinham filhos muito mais jovens. É
preciso refletir a respeito do quanto são influenciadas, positivamente ou
negativamente e de que maneira respondem a essas cobranças”, destaca Raquel.
“O casal deve lembrar que a
maternidade envolve uma mudança de vida, as preocupações, alegrias,
dificuldades e responsabilidades existirão, a decisão de iniciar esta fase,
deve ser conjugal”, concluem as especialistas.
O grupo Núcleo
Corujas oferece diversos cursos para preparação da maternidade e encontros com rodas
de conversa para gestantes de alto risco. Nestes grupos, mães trocam
experiências e estratégias diante das dificuldades, percebem semelhanças e
recebem o apoio de outras mulheres, das psicólogas e de outros profissionais da
saúde convidados, como médicos e nutricionistas. Saiba mais no site: www.nucleocorujas.com.br.
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